Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
Vou te escrever uma carta e não mandar.
Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
Vou ver Saturno e lembrar de você.
Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
O tempo não existe.
O tempo existe, sim, e devora.
Vou procurar teu cheiro no corpo em outro corpo.
Sem encontrar porque terei esquecido.
Alfazema?
Alecrim.
Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
E que uma palavra ou gesto, seu ou meu, teria suficiente para modificar nossos roteiros.
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